A Prefeitura de Ponta Grossa iniciou nesta quarta-feira (1º) a primeira etapa das ações de desassoreamento do Lago de Olarias. Embora as obras de fato estejam previstas para fevereiro de 2026, nesta fase inicial serão realizadas sondagens do tipo SPT (Standard Penetration Test), fundamentais para conhecer tecnicamente as características do subsolo e embasar o projeto técnico das futuras intervenções.
Para viabilizar o acesso dos equipamentos de perfuração aos pontos definidos para a investigação geotécnica, será necessário o rebaixamento temporário do nível da água por meio da abertura parcial da comporta do Lago 1, o que já ocorreu nesta quarta. O procedimento é conduzido de forma controlada e acompanhado por técnicos, com esvaziamento limitado ao necessário para o serviço. Após a conclusão das sondagens, o fechamento da comporta permitirá a recuperação gradual do nível da água.
Durante esta primeira etapa não haverá qualquer interferência no uso dos espaços do Lago de Olarias. Os trabalhos devem durar aproximadamente uma semana. A sondagem em si começa na segunda-feira (6). Todo o trabalho será feito com recursos e equipamentos próprios do Município.
A sondagem SPT é um método de investigação geotécnica utilizado para identificar as condições do solo e verificar sua capacidade de suporte. O resultado da análise servirá de base segura para o dimensionamento das obras de desassoreamento que serão executadas a partir do próximo ano.
A secretária de Meio Ambiente, Carla Kritski, explica que a ação faz parte da política de sustentabilidade da atual gestão. “É mais econômico trabalharmos com manutenção e prevenção do que com conserto de estragos que poderiam vir a acontecer, como alagamentos. Por isso, esse planejamento antecipado é tão importante”, destaca. Segundo ela, a população foi avisada de antemão sobre o procedimento justamente para evitar dúvidas.
“Nós estamos avisando antecipadamente porque, durante esse período de sondagem, será percebida uma diferença visual no espaço. Isso é temporário e necessário para garantir resultados confiáveis. Também estamos comprometidos com a preservação da fauna, já que todo esse trabalho é pensado justamente para a proteção a longo prazo”, afirma.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Planejamento, Luiz Henrique Honesko, o estudo vai orientar diretamente a execução da obra em 2026. “Já identificamos cerca de 70 mil metros cúbicos de sedimento no Lago de Olarias. Preparamos um projeto técnico específico de desassoreamento, licenciado junto ao IAT. Quando as obras começarem no ano que vem, será necessário o uso de máquinas pesadas dentro do Lago. Por isso, será criado um ‘caminho’ para os veículos atuarem a partir dessa sondagem”, explica.
O presidente do Iplan, Rafael Mansani, reforça que o procedimento é indispensável para a execução da obra. “Nesta semana o Lago não deverá ficar completamente seco. Ele terá apenas o esvaziamento suficiente para execução da etapa de sondagem”, esclarece. Segundo ele, a medida também corrige uma lacuna do passado. “Nós estamos adotando uma solução que não foi feita lá atrás, quando o Lago foi criado. O desassoreamento é uma ação natural, mas a criação desse caminho para as máquinas é essencial para dar segurança às futuras intervenções”, completa.