CRIANÇAS COM DIREITOS ESPECIAIS: Projeto ‘Diálogos’ fortalece vínculos entre famílias e escola

Rodrigo K.
Fotos: Vanderson Padilha
 
Ação realizada entre escolas e famílias das crianças com deficiência que estudam nas escolas municipais fortalece o aprendizado dos alunos
 
Tendo como objetivo final a inclusão das crianças com direitos especiais atendidas dentro da Secretaria Municipal de Educação, a SME realiza desde 2017 o Projeto Diálogos, que consiste em encontros entre os professores das crianças com deficiência estudantes na rede e as suas famílias. Com o Diálogos, os pais e responsáveis são trazidos para dentro do ambiente escolar, para uma rica troca de experiências que tem melhorado significativamente os resultados do aprendizado das crianças atendidas.
 
O projeto é realizado por meio do Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado (CMAEE). Desde 2017 já foram realizados 12 encontros com a participação de 806 pessoas, reunindo 63 escolas e 46 CMEis. A Rede Municipal de Ensino atende 381 alunos dentro da Educação Especial, de um total de 31.440 crianças matriculadas. Todas aquelas que precisam, utilizam também as salas de recursos das escolas e recebem o apoio de 140 auxiliares de inclusão.
 
No Diálogos, o diferencial está na aproximação da família com a escola, com o devido acolhimento, tendo em vista, sempre, o bem-estar da criança. Para a secretária municipal de Educação, professora Esméria Saveli, o Projeto Diálogos fortalece a empatia entre escola e família. “Este programa significa a colocação dos sujeitos um no lugar do outro. É o professor colocando-se no lugar da família, os pais colocando-se no lugar dos professores, todos tentando compreender o lugar do aluno. É um olhar para a singularidade da criança especial”, analisa a professora Esméria.
 
“Sentimos uma procura muito grande dos pais para contar como está o desenvolvimento de seus filhos. São pais e mães que, muitas vezes, não acreditavam que a escola pudesse contribuir para o aprendizado deles. Querem saber o que está sendo feito e compartilhar a evolução das suas crianças”, relata a professora Elizabeth Alves, coordenadora do CMAEE. Ela conta que as equipes recebem depoimentos muito impactantes sobre a evolução das crianças. “A cada edição do projeto, precisamos levar uma caixinha de lenços, porque sempre há muita emoção envolvida. Pais e mães que jamais imaginavam que haveria profissionais da Educação a postos para ouvir as dificuldades, encaminhar os direitos das crianças e tratar com a devida atenção a aprendizagem de seus filhos, nos trazem depoimentos muito positivos”, conta a coordenadora.
 
DEPOIMENTO

Sílvia Maria Coluciuc Maia é mãe do aluno Andrio Daniel Maia, uma criança com autismo. Em depoimento enviado para o projeto, ela elogia o trabalho das equipes. “O Andrio foi diagnosticado com autismo quando tinha um ano e seis meses e já começou com as terapias. Sempre acreditamos na estimulação precoce, mas ele era uma criança que não falava, não se socializava e apresentava comportamentos repetitivos”, conta a mãe. Com o trabalho nas escolas, o menino evoluiu muito. “Ele teve um grande desenvolvimento. Hoje ele fala, é uma criança que se socializa. Já conhece as letras do alfabeto, seu nome e os números. Apresenta dificuldades na coordenação motora para a escrita fina, mas tem evoluído com o trabalho nas salas de recurso multifuncional”, conta Sílvia. Ela aponta o trabalho da professora da Sala de Recursos Multifuncionais da Escola Professora Dércia do Carmo Noviski e da sua assistente como grandes responsáveis pelo progresso educacional do filho. “Talvez, sem isso, ele não apresentaria o desenvolvimento que teve”, acredita.