Cearense percorre o Brasil de bicicleta

Faltando apenas conhecer Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, para completar a passagem pelas capitais dos estados brasileiros, Juvenal Ferreira dos Santos espera cumprir a promessa que fez há sete anos, no dia 8 de setembro de 2000, quando deixou a sua cidade natal, Juazeiro do Norte, no Ceará, para percorrer o Brasil em cima de uma bicicleta.De passagem por Ponta Grossa, Juvenal fez uma visita à Prefeitura Municipal, onde contou as suas aventuras, já tendo completado mais de 115 mil e 800 quilômetros, conhecendo mais de duas mil cidades das regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sudeste. Pela primeira vez no Sul do País, o cearense elogia a qualidade das estradas paranaenses, que têm boas pistas e propiciam viagens mais seguras, bem diferente do que enfrentou em outros centros, principalmente São Paulo, onde sofreu os três únicos acidentes da longa jornada.A expectativa do veterano ciclista é completar esta última etapa da viagem em quatro meses, período em que percorrerá os três estados do Sul, retornando a São Paulo pelo litoral. Sem contato com a família, já que se desligou há muito tempo da esposa e das três filhas, Juvenal vive do auxílio das pessoas que conhece no caminho. “Quando deixei Juazeiro do Norte, tinha R$ 8,00 no bolso. Quando cheguei a Ponta Grossa, só tinha 5 centavos, mas fui bem recebido, fiz a minha refeição e já tenho R$ 5,00, prova da bondade do povo, que entende a minha peregrinação”, diz o nordestino, que não troca a bicicleta por nenhum outro meio de transporte. “Já tive oferta de carona na estrada e até de passagem de avião, mas promessa é dívida e pedalei todos os 115 mil quilômetros, gastando nove pares de pneus”, atesta o ciclista.A vida na estrada é dura. Quando não consegue quem lhe dê abrigo, Juvenal dorme em postos de combustíveis ou na polícia rodoviária. “Eu tenho uma lona de plástico, cobertas e uma rede, que carrego sempre”, afirma o cearense, que pedala cerca de 50 quilômetros por dia. “A maior jornada foi aqui no Paraná, há poucos dias, quando percorri 222 quilômetros, das 6 da manhã até o final da tarde, parando apenas para comer”, finaliza o aventureiro.